Quarentena: o início

Os primeiros dias: planejamento e organização

No final de março, quando a maior parte das atividades foi suspensa e começou a quarentena aqui no estado de São Paulo, a pandemia já era notícia há algum tempo. Algumas semanas antes disso já estávamos nos preparando e conversando com as crianças sobre a situação que se aproximava. Nossa caçula fez aniversário no início de março e conseguimos reunir os familiares mais próximos para uma festinha, já imaginando que entraríamos em um período de distanciamento e pouco contato. Não imaginávamos, contudo, que levaria tanto tempo para passar.
De qualquer forma, optamos por informar sempre às crianças sobre a situação, a necessidade de cuidados e hábitos de higiene pessoal reforçados. Também tentamos achar um tom adequado pra falar da gravidade da doença e da necessidade de termos distância dos mais velhos da família. O maior cuidado que tivemos foi evitar que eles ficassem expostos às imagens de enterros, velórios, pessoas chorando, e coisas do tipo que a televisão e internet veiculam. E, a partir daí, informados, começamos a criar algumas estratégias para manter as crianças ativas, com conforto e felizes.
Felizmente, como já contei na postagem anterior, nossos empregos nos permitiram um afastamento (adiantamento de férias, licença, recesso) e ficamos o período inicial da quarentena em casa com as crianças, em tempo integral. Felizmente, também, a Camila é pedagoga e tem um repertório grande de ideias para aplicar com as crianças. A primeira coisa foi elaborar uma lista com coisas para se fazer na quarentena e fixar na parede da sala:

Isso ajudou as crianças a verem a quarentena como um período legal, em que poderiam fazer coisas diferentes com os pais em casa.
Nesse período definimos como faríamos nossas compras, também. As compras maiores, digamos assim, fizemos por delivery, numa rede de supermercados: produtos de higiene, limpeza, industrializados, carnes. Frutas, verduras, hortaliças nós continuamos comprando da feira de rua. Na nossa rua tem uma feira às quartas que continuou funcionando, ainda que reduzida. Os feirantes, inclusive, entregavam em casa o que a gente pedia por mensagem nesse dia. Leite e derivados nós passamos a comprar de um serviço de entregas de uma cooperativa de laticínios da cidade, que entrega duas vezes por semana. Esse serviço é bem legal: eles cobram uma taxinha mensal de entrega e tudo que você pegou em um mês é pago no início do mês seguinte. E uma coisa legal é que a empresa é local, o que ajuda a economia da cidade a não ficar tão prejudicada com a pandemia.
Fazer as compras de mercado à distância é bem ruim. Acabamos sempre esquecendo de uma coisa ou outra na lista. E, sem ver as opções ali, fisicamente, fica sempre a sensação de erramos em algumas escolhas. Mas fomos nos adaptando e acertando conforme as semanas passaram.

Alimentação

Uma escolha que fizemos nesse período inicial foi a de cozinhar em casa o máximo possível. Isso é uma coisa que gostamos de fazer e trouxe vantagens financeiras e de saúde. Diferente do que muita gente tem relatado, quase não compramos comida pronta por aplicativo (tirando uma pizza em um mês e empanadas argentinas em outro mês), o que significou uma boa economia. Além disso, também não engordamos, como muita gente tem dito que aconteceu. Comer a comida que fazemos trouxe essas vantagens. Nos grupos de mensagens da família, trocamos receitas e também colocamos as crianças para cozinharem com a gente. E eles realmente aprenderam a fazer algumas coisas (não ficaram ali só brincando de ajudar).

As semanas passam...

...e a nova rotina vai exigindo novas adaptações.

Vou falar de algumas mudanças que têm ocorrido nas últimas semanas em nossa rotina de quarentena nas próximas postagens.

Deixe aí nos comentários como tem sido a sua adaptação. Você tem filhos? Como eles estão levando esse período? Como vocês estão fazendo com a alimentação e compras? Queremos trocar experiências.

Até a próxima.

Comentários

  1. Gostaria de estar aí, mas também quero ver todos bem, então faço de conta que estou vivenciando tudo isso.
    Que bom que existe este blog.


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